Trump e Carney dizem que tiveram conversa produtiva; tarifas canadenses ainda estão por vir
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WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro Mark Carney tiveram nesta sexta-feira uma conversa que ambos descreveram como produtiva, embora o líder canadense tenha dito que Ottawa imporá tarifas retaliatórias na próxima semana, conforme prometido.
A ligação telefônica foi o primeiro contato desde que Carney conquistou a liderança dos liberais canadenses em 9 de março. Carney disse que a ameaça de tarifas de Trump é uma traição a uma relação econômica e de segurança outrora estreita.
'Foi uma ligação extremamente produtiva, concordamos em muitas coisas e nos reuniremos imediatamente após a próxima eleição do Canadá para trabalhar em elementos de política, negócios e todos os outros fatores', escreveu Trump no Truth Social.
Esse trabalho 'acabará sendo ótimo tanto para os Estados Unidos quanto para o Canadá', acrescentou.
Na quinta-feira, Carney prometeu transformar a economia do Canadá para que seja menos dependente dos Estados Unidos. O anúncio sobre tarifas de Trump está previsto para 2 de abril. Ottawa deixou claro há meses que imporá contramedidas.
'O primeiro-ministro informou ao presidente que seu governo implementará tarifas retaliatórias para proteger os trabalhadores canadenses e nossa economia, após o anúncio de ações comerciais adicionais dos EUA em 2 de abril de 2025', disse o gabinete de Carney em um comunicado.
Os EUA e o Canadá são aliados próximos e parceiros comerciais há muito tempo. No entanto, as relações se deterioraram depois que Trump, que assumiu o cargo em janeiro, rompeu o relacionamento com ameaças de tarifas e comentários repetidos sobre a anexação do país.
Trump se referiu a Carney como primeiro-ministro canadense e não como governador do 51º Estado dos EUA, termo que ele costumava usar para descrever o ex-primeiro-ministro Justin Trudeau.
Carney disse que os dois líderes concordaram em iniciar negociações abrangentes sobre uma nova relação econômica e de segurança imediatamente após a eleição de 28 de abril.
(Por Doina Chiacu e Katharine Jackson)
Escrito por Reuters
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